quarta-feira, 10 de junho de 2009

cômodo




Desfaço esse caminho tortuoso
Essas paredes tão reprimidas
Esses olhos tão fechados
Essa mão tão apertada
Liberto os dentes cerrados
Esse corpo tão contraído
Minha pressa que não diz nada
Minha calma tão concentrada
Em um calor que não me aquece
Que não aquece mais nada.



Me pego na noite inteira
Um abraço que só eu sei dar
Uma prece que só eu sei fazer
No tempo que não vi nascer
Mais vontade que já consegui
Mais desejo que já conquistei
Mais saudade que já vivi
Mais sonho que já sonhei
Que não me vale muita coisa.



Acabo com esse replay
De dizer que acabou
Um filme que eu gravei
Um frio que me consumiu
Em vários momentos atras
Em vários caminhos passados
Em curvas que só fazem lembrar
Que ainda amo sem pensar
Que ainda espero sem concluir
Que me falta ainda perceber
Que é muito bom sorrir.



Me ignoro. O tempo todo me ignoro.
Me engano pra poder te ver
E ter você mais um minuto.
E acho isso um absurdo, não acordo
Em uma vida que eu escolhi ter
Um sonhar que eu escolhi fazer
Na lembrança de um dia longo
Um domingo, uma sexta-feira
Uma madrugada, uma cantoria
Um natal, qualquer outro dia
Que me seja importante assim.



Desfaço meu segredo louco
E essa mania de te olhar
Esse anceio de querer
Essa falta do que fazer
Liberto os olhos denovo
Só por hoje, meu amor
E amanhã, quem sabe
Ter você mais perto
Achar que tudo é certo
Achar que não acabou.


Reviver as pontas mais soltas
Re-sentir a sensação tão morna
Aconchegar o coração na espera


E novamente
Acomodar.
Acomodar.
Acomodar.


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