segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vício

Vamos deixar como está
A porta fechada
O vinho jogado
A mão estendida
O retrato quebrado

Vamos deixar como está
A palavra não dita.

Vamos deixar como foi
Encarar nossos fatos
Nossas preces tão fortes
Nossos sonhos, nossa sorte
Nosso teto a cair

Vamos deixar como está.
Ninguém pode ir.

E por pior que pareça
Vamos deixar nossas coisas
Vamos quebrar nossas regras
Vamos sair por ai

Vamos criar nossos casos
Vamos deixar os diálogos
E quem sabe sentir...

Vamos deixar como está.
Vamos gritar e dormir.

E vamos acordar novamente
Perceber o lado quente
Cheio da mesma melancolia
Da lágrima do dia-a-dia
Da palidez de quem tentou

Vamos deixar como está.
É hora e é agora!
Vamos beber mais um pouco
Se entregar mais um pouco
Mais um pouco

Mais um...

é pouco.






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