quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Pés



Os pés cansados arrastam a poeira do chão
Molhados pelo suor da tarde toda que já passou
Quebrados junto ao tempo que já acabou
Levando um corpo pesado que não desistiu
Rumando à casa de todos os dias, no mesmo lugar
Pensando em quem irá dessa vez encontrar...
Segurando aquele mesmo trinco cor prata que não se sabe ao certo
Se é a casa certa, se é o trinco certo, quem o tocou pela ultima vez
E quem está do outro lado, quem quer tocar essa tez
Quem sabe e quem não sabe de mais nada
Se por acaso o acaso não fez dessa a casa errada
Ou se errado estão os pés ao caminhar
Ou se errado está a casa de lugar...
Fato é que os pés caminham o tempo todo
Pensando se terá alguém para sentar e conversar
Se terá lugar para descansar
Se terá razão para existir
Lembrando de tudo que deixou de concluir
Ousando calar sobre tudo que não quis ouvir
E remoendo as mais duras verdades já ditas
Em uma só estrada de ida
Onde os mesmos pés passaram sem parar.
E agora, rumo à casa...
Pensa tanto que nem sabe em que pensar...
Se na casa que se abre aconchegante,
Se na porta que lhe dá passagem...
Se em alguém que deverá lhe receber...
Se mais importante é o teto e o chão...
Ou o calor que aquece o coração
Se mais importante se faz estes pés cansados...
Ou a mão que segura e o abraço
Fato é que a casa existe, e está lá em algum lugar
E lá se vão os passos continuos traçando um rumo
Rastejantes, contemplando o horizonte
Enquanto pensa que chegará enfim
Em algum lugar perto do fim...
E que o fim seja o começo...
De uma boa conversa antes de dormir...

1 comentários:

Anônimo disse...

LoL!!

que foda, meo!

=D

muito inteligente