segunda-feira, 15 de setembro de 2008


Meu amor em minha respiração


Seus pés faziam as pedras rolarem penhasco a baixo. As mãos finas tocavam os rochedos ao lado na tentativa de equilibrar-se enquanto caminhava lentamente.

Roupas sujas, partes rasgadas e um rosto molhado pela aflição, formavam uma atmosfera intensamente perturbadora.

Cada passo era sinônimo de total esforço e por vários momentos o esforço também era segurar em algum canto tentando proteger-se de uma queda fatal.

Lá embaixo tudo que se via era um vazio imenso na água brava do rio, nas pedras grandes que tentavam detê-lo e nos últimos sinais da batalha que terminara.

A pele branca queimava-se vagarosamente no sol forte e misturava-se ao rubro do sangue que por lutas foi derramado.

A jovem mulher continuava a equilibrar-se no caminho curvo e pequeno tentando alcançar a vila San Rose.

À sua frente já havia os maiores obstáculos possíveis e seus pés cansados não queriam continuar, mas os olhos avistavam ao longe a fumaça que provavelmente era da vila e então decidia continuar o máximo possível.

Descia devagar, ora quase caindo, ora quase parando.

 

- Richard!

- Antonela? - o jovem gritou ao ver o corpo da jovem se aproximar.

 

Tudo nela era suspiro. Já não havia vida, não havia esperança. Richard sentiu o corpo frio abraçar o seu e os olhos marejados encarar profundamente os verdes olhos dele.

 

- Estão todos mortos Richard.

- Por que você foi?

- Não queria te perder!

 

Era inevitável fechar os olhos ao sentir aquela culpa sem sentido. Richard a tomou nos braços com mais força.

 

- Eu não estava lá.

- Só soube disso quando cheguei. 

- Por que Antonela? Eu não fui para a batalha... Porquê você foi?

- Você já estava ferido Richard, quando ouvi os boatos da nova luta imaginei que fosse, acordei a não te encontrei e então sai a sua procura.

 

- Eu não estava aqui na vila pela manhã...

 

Antonela abaixou a cabeça respirando profundamente, tentando sugar o máximo de vida que conseguia.

 

- Onde estava?

- Preparando isso... - Richard abriu a mão mostrando um colar artesanal - quero me casar com você.

 

Ela o beijou com calma enquanto sentia o corpo cada vez mais fraco, segurou o colar e a mão dele e deixou a estrutura deslizar pouco a pouco.

 

- Não... - sussurrava Richard. - Não...

 

E fechando os olhos em um dos últimos suspiros, Antonela tocou sua face.

- Eu fui até lá para pedir o mesmo Richard. 


7 comentários:

olga disse...

T______T
E essa música deu um tom épico a coisa toda, boa escolha.

Eu gostei mas confesso que o início é um tanto confuso (demorei pra entender quem estava morrendo e inicialmente pensei que um deles estav sendo levado pela correnteza ^^')

outra coisa: "mas os olhos avistavam ao longe a fumaça que provavelmente era da vila e então decidia continuar o máximo possível." além de ser uma sentença muito longa acho que o 'provavelmente' é desnecessário no contexto.

Bem, é isso. Espero que vc continue escrevendo e explorando temas novos! Uhuuu! *empolgada mode on*

=***

Anônimo disse...

Ta vendo o que eu falei das vírgulas, Daia?

hunf

você deixa agente sem respirar!

(ainda não li esse texto)

Vejo mais tarde. =*

_d.aia_ disse...

num tenho nada a dizer senão:

¬¬

aff!

Anônimo disse...

essa música me dá um nó na garganta.. *-*


"FREDOOOOOOOOOOOOOOOOOOM"

* sai correndo e se tranca no quarto *

Anônimo disse...

Bem, agora o comentário para o texto:

Gostei! É tão... tão medieval! o_o

Como a meliante disse ali em cima, a música deu um tom épico do carai ao texto. Falar nisso eu gostaria até de perguntar: onde se passa essa história?

A propósito, sobre as vírgulas, não precisa usá-las. Não importa se os outros não gostam, se VC gosta, não é mesmo? ^^

À despropósito, eu não entendi porra nenhuma do texto.

o/

Alissu Deschain disse...

De modo geral eu gostei.

Penso que o que causa estranheza é o fato da história não estar situada em um espaço-tempo definido, nem mesmo imaginário... Hum... Isso confunde. Acho que ele merecia ser mastigado mais um pouco.
Não gostei do final... Totalmente previsível. Acho que vc poderia fazer um final que à altura do tom épico que você quis passar.

Mas fico feliz em ver a Daia explorando novos temas, embora um pouco imprecisos ainda.

Aconselho a situar melhor a história.

Mas faça o que quiser. =D

Bjo.

E, Daniel... roubando a minha carinha... o_ó

Sei não, viu...

_d.aia_ disse...

O_o