Grita galo!

Avia, ave mensageira do austrau!

Acorda Margarida. Acorda Josefa, Josicleide e Janaína.

O bla bla bla não pode parar!

Eu vejo o Sol, por trás das luas de Saturno. A manga mais suculenta, que me aquece no frio e que me esfria a cabeça quente do Sol. Minha retina brilha como ouro e isso é tudo o que sempre quis. Agora sim. Agora estou no lugar certo!

Vejam, seu incrédulos! Olhem para o horizonte! Será que é jato de leite ou é mesmo uma menstruação do infinito? Galáxia ou nebulosa? Não sei, mas é bonito!

É a prece atendida do pecador. É o fruto proibido, numa batida de liquidificador. É a libido. É o ocaso. É o ósculo no lóbulo. É o glóbulo ocular. É eu, é tu, é ele e mais ninguém!

Faça a luz, oh meu Pai!

Hoje é tua vez de agir!

Hoje estou tão perto de ti!

Que saudade daquele meu dia...

que falta que eu senti de mim!

Agora sai de baixo que eu to chegando

Acorda a vizinhança, que eu to de volta

Abre essa porta, avisa o Olodum!

Chama mainha, quero que ela veja

O pedaço de estrela que eu trouxe do céu.

Olha mainha, olha meu mano:

É hora de tomar uma dose de eternidade.

Seremos só UM, enquanto os outros forem vários.

Vamos desfilar por essa cidade

Nossas penas de prata, nossos olhos anis.

Nossos anéis escarlates, nossas falas sutis.

Enquanto os pesos não forem medidas,

enquanto os ontens não forem os futuros,

enquanto o mundo agüentar a gente,

vamos seguindo os nossos, aqueles, sem rumo;

sem lágrimas, sem dor, sem compaixão e sem arrependimento.

O amor é para os fracos, e a dor é para os fortes.

E o resto é fermento. E o resto é firmamento.

Ô fraqueza contrita, por seus olhos castanhos, minha bela Benedita!

Somos feitos de açúcar

Somos suspiros de Azul

Somos deuses das flores de lótus

Sakuras, Dayses e Girassóis!

E agora se vá, na cauda do cometa invisível,

minha notável e incrível inspiração.

É agora que eu explodo em mil luzinhas coloridas de felicidade, e sem vontade, vou dormir.