terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sala de estar

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Eu sei que ela chega.
Algum tipo de melancolia chega.
Aquele vulgar pensamento farto, chega.
Aquele stress pós traumático, também chega.

Eu sei que infarto
Todas as veias entopem
Todos os poros se fartam
E eu sei que me mato.

Eu sei que ela vem.
Diferente de todas, de um jeito, vem
Se aproxima, me beija e me toca
Não sei em que hora, ela me provoca
E me deixa doente de medo

Eu sei que me quer
Só não quero querê-la
Deseja-la, estar ao lado
Não quero o que parece errado
Só quero estar bem

Mas eu sei que está perto
Sinto o cheiro, odor inebriante
Calor inquietante
Desacelera e o corpo treme
Eu sei que vem depressa
Na calma de quem quer ficar

E eu sei que ela chega,
Alguma lágrima também chega
Alguma vontade sempre chega
Com a saudade de se encontrar
No laço quente de um segredo
Na falta de se preocupar

No ponteiro que mexe ousado
Na mão que teima em apertar

No peito comprimido e quieto
Quieta sala de estar.
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Feito em 27/07/2009

1 comentários:

Clarissa Santos disse...

CHEGA! Isso tá agoniante, doido.
Dá vontade de desejar esse ser indesejável só pra livrar-se dele e do peso que ele deixa no ambiente.

Beijos :*